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19 de março de 2012

EXPORTAÇÃO DE AÇÚCAR DO BRASIL DEVE FLUIR SEM FILAS EM 2012


Os embarques de açúcar devem fluir mais tranquilamente este ano a partir do maior produtor global, o Brasil, com as previsões meteorológicas de longo prazo apontando para um inverno seco.

Isso reduziria o risco de uma repetição da interrupção de embarques de duas temporadas atrás, que fez os preços da commodity subirem.

A abertura de um terminal adicional de carregamento no importante porto de Santos e o aprofundamento dos canais lá e em Paranaguá são indicador adicional de que os longos e onerosos atrasos para o carregamento são improváveis, disseram carregadores e meteorologistas.

Chuvas torrenciais em 2010 diminuíram o ritmo de carregamento de açúcar no Brasil, forçando mais de 120 navios a esperar durante semanas para pegar sua carga em Santos e Paranaguá.

Mesmo pequenas quantidades de chuva em porões de navios podem danificar as cargas de açúcar, tornando o produto duro e irregular, o que faz com que os embarques sejam suspensos quando chove.

"Nós esperamos que fique muito bem em termos de carregamento de açúcar. Nossa expectativa é de que as coisas vão ser semelhantes à temporada passada", disse Nicolle de Castro, assistente comercial da consultoria SA Commodities.

A interrupção do carregamento em 2010 coincidiu com um pico na demanda por açúcar quando a oferta de algumas fontes asiáticas falhou. Isso ajudou os futuros do açúcar em New York Times a quase dobrarem para cerca de 28 centavos por libra-peso, entre o início e o pico da colheita.

Os custos para os carregadores também saltou quando a chuva segurou os carregamentos em 2010. As taxas de demurrage por si só são normalmente em torno de 15 mil e 30 mil por dia.

Naquele ano, o fenômeno climático El Niño, que deixa o Sul do Brasil mais úmido do que o normal, prejudicou o carregamento de açúcar por dias. Seu oposto, o La Niña, trouxe secura este ano, mas o fenômeno já está desaparecendo. Embora os meteorologistas diga que o El Niño poderia voltar, seus efeitos não serão vistos até depois do pico da colheita.

"Até o final de março, já devemos ter condições neutras (El Niño / La Niña), que devem ser observadas pelo outono e durante o inverno também", disse Olivia Nunes, da Somar Meteorologia, em São Paulo.  "Não vai ser um inverno úmido, mas será um com níveis normais de chuva", disse ela.

Modelos de previsão da Somar não fizeram nenhuma projeção de outro El Niño, mas a World Weather Inc, norte-americana, disse esperar que o fenômeno apareça no final do ano. Ela advertiu que os meteorologistas ainda não estavam em uníssono sobre a probabilidade de que fosse ocorrer.

TERMINAL

Reforçando a capacidade, o maior consumidor de commodities da Ásia, o Noble Group, inaugurou um terminal de carregamento de açúcar em Santos, em outubro do ano passado, somando quase 11 milhões de toneladas por ano de capacidade ao porto.

O Brasil exportou cerca de 26,5 milhões de toneladas de açúcar, bruto e refinado, em 2011, segundo mostraram dados do Ministério do Comércio.

O novo terminal adiciona uma bem-vinda capacidade extra, enquanto o Brasil persegue uma rápida expansão da produção de cana-de-açúcar, apesar de um revés na temporada passada, quando o mau tempo e o envelhecimento de canaviais atingiu os rendimentos e gerou uma queda na produção, após uma década de crescimento ininterrupto.

A produção de açúcar deve crescer apenas modestamente nesta temporada. A produção de cana está pronta para se recuperar parcialmente este ano, dizem os analistas, mas ainda está aquém do recorde da temporada de 2010.

A Rumo Logística, braço logístico da maior produtora brasileira de açúcar, a Cosan, anunciou planos para instalar uma cobertura para permitir o carregamento durante o período chuvoso.

A explosão de duas grandes rochas no canal de acesso a Santos e a remoção de um cargueiro que naufragou há décadas também vão permitir que navios de maior porte atraquem, uma vez que a dragagem tenha sido realizada nos berços, disse de Castro.

© Copyright 2012 Thomson Reuters/ Por Peter Murphy

Fonte: veja.abril.com.br/noticia/economia

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